quinta-feira, 15 de maio de 2014

Nível do Sistema Cantareira cai novamente e chega a 8,2%


Nível do Sistema Cantareira cai novamente e chega a 8,2%

Governo começa a retirar volume morto nesta quinta-feira (15).
Chuva registrada em maio foi de 0,7 mm, abaixo da média de 83,2 mm.
O nível de água no Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, caiu novamente e chegou a 8,2% da capacidade de abastecimento, segundo balanço divulgado pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) na manhã desta quinta-feira (15). Trata-se de mais um recorde negativo para o sistema, que terá seu volume morto retirado a partir desta quinta com a ajuda de bombas flutuantes.
Em maio, o reservatório perdeu 2,3 pontos percentuais de sua capacidade. Nas primeiras duas semanas do mês, choveu apenas 0,7 milímetro na região, bem abaixo da média histórica do mês, de 83,2 mm.
O governo oferece bônus de 30% para quem economizar 20% de água e já prometeu que haverá multa para quem gastar mais do que de costume. A retirada do volume morto é a outra alternativa adotada pelo governo do estado. A Sabesp, que afirma não haver racionamento, fez obras para captar a reserva. Confira, abaixo, perguntas e respostas sobre o volume morto.
O que é?
O volume morto é um reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água nunca foi utilizada para atender a população.
Por que usar essa água?
A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta uma crise de abastecimento por causa da falta de chuvas e dos consequentes recordes de queda no nível do Cantareira. O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Grande São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp fez obras para conseguir bombear a água do volume morto.
Por que o nível do reservatório ficou tão baixo?
Segundo o governo paulista, o mês de janeiro teve apenas 87,8 milímetros de chuva, o pior índice em 84 anos – a média histórica é de 260 milímetros. Para a oposição, a falta de investimentos na ampliação do Cantareira provocou o atual colapso.
O que foi feito para retirar o volume morto?
A obra com 3 km de tubulações e sete bombas flutuantes está orçada em R$ 80 milhões e vai tornar útil uma reserva de 300 bilhões de litros de água que fica abaixo do nível das comportas.

Por que reserva nunca foi usada?
O reservatório nunca foi utilizado porque o sistema de bombeamento não chegava a essa profundidade. A Sabesp faz um serviço emergencial desde o dia 17 de março para retirar água. As obras ficaram prontas nesta quinta.
Quantas pessoas o Cantareira abastece?
O Sistema Cantareira atende uma população de 8,45 milhões de pessoas na capital paulista e região metropolitana de São Paulo. Mais 1,41 milhão de pessoas que não são atendidas pela Sabesp recebem água da represa.

Qual será a nova capacidade do Cantareira?
Com o uso do volume morto, a quantidade de água será suficiente para elevar o nível do sistema em 18,5%, segundo estimam os técnicos da Sabesp. Restariam sem uso no fundo do reservatório outros 10%.
Quanto tempo dura o volume morto?
Com o volume morto, a Grande São Paulo terá abastecimento garantido até, pelo menos, novembro, segundo a Agência Nacional de Águas.

Água é boa para consumo?
Especialistas dizem que a água pode estar contaminada, inclusive com metais pesados, sendo imprópria para beber. Já o governo paulista diz que foram realizados testes que comprovaram a qualidade da água.
A conta ficará mais cara?
O consumidor que gastar acima da média pagará 30% a mais, segundo proposta do governo que deve ser regulamentada pela Arsesp, agência reguladora. Não há previsão para o início da cobrança. Já os consumidores de 31 cidades atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30%.
Matéria original G1

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